Sobre

  • 25/10

    VOCÊ SÓ VIRA HOMEM QUANDO MATA O MENINO DENTRO DE SI

    3 ANOS QUE A MINHA VIDA MUDOU PRA SEMPRE

    Estou um pouco mais leve. Me perguntava sempre… “será que ela as vezes pensa em mim?” “Será que ela ainda carrega alguma coisa boa da nossa relação?”

    Acho que sim! Obrigado.

    Hoje o dia é significativo. Merece

    Boa noite. Te amo. Te amo mais. Te amo infinito. TE AMO A GENTE!”

    🫶

  • Hoje eu chorei o dia inteiro.

    Não é exagero. Foi literalmente o dia inteiro.

    Eu tenho uma dor já que tem nome. Mas o que está acontecendo agora é diferente. É algo que não sei nem se quero explicar. Na verdade, eu não posso explicar. E isso é o mais difícil.

    É o tipo de coisa que mexe com tudo ao mesmo tempo: cabeça, corpo, rotina, estrutura. E que me deixa em silêncio.

    É uma situação pessoal, delicada, cansativa. Uma situação que me desmonta de um jeito muito mais complexo.

    Não é um drama. Não é vitimismo. É só vida acontecendo de um jeito cruel.

    Sabe quando parece que tudo que você vem segurando começa a escorregar pelos dedos de uma vez só?

    Pois é. É isso.

    Não estou com falta de vontade. Escrever, pra mim virou um momento de desabafo. Sentir a essência real como se ela estivesse aqui pertinho. Mas hoje não consigo ser detalhista. Tem coisas que a gente precisa viver em silêncio.

    Tem momentos em que a gente precisa cuidar. E se cuidar.

    E tem dores que simplesmente não cabem aqui.

    Talvez isso tudo vire texto. Talvez não.

    Não sei. Não tenho todas as respostas agora.

    Só sei que hoje foi um dia difícil. E que estou cansado. Muito.

    Só quis vir aqui dizer isso. Porque imagino que alguém, em algum lugar, se preocupe.

    Hoje era um daqueles dias em que só um abraço bastaria. Mas um abraço sincero. Em silêncio. E demorado. Ansiolítico que fala?

    Eu já tive um desses.

    Hoje, não tenho mais.

    Então, o que me resta é fechar os olhos e imaginar: aquele abraço apertado coração com coração.

    E quando eu consigo me concentrar nisso… por um instante, funciona.

  • Você me deu sorte

    Você me deu sorte. Sorte por ter te conhecido, por ter sido amado de um jeito que talvez nunca mais se repita.

    Você me fez sentir amado mesmo quando eu não sabia amar direito.

    Hoje, só me resta a saudade. E a gratidão.

    Porque mesmo que tudo tenha terminado do jeito errado, você me marcou com tudo que foi certo.

    Você me ensinou o que é entrega. O que é amor sem medida. O que é estar ao lado, mesmo quando o outro não merece.

    Você foi minha sorte. E eu perdi.

    Mas, por tudo que a gente foi… obrigado.

    Eu sigo tentando merecer a sorte que um dia tive e não soube guardar.

    Tudo de bom que você me fez… ainda mora em mim.

    Tudo de bom que você me fizer
    Faz minha rima ficar mais rara
    O que você faz me ajuda a cantar
    Põe um sorriso na minha cara

    Meu amor, você me dá sorte
    Meu amor, você me dá sorte
    Meu amor, você me dá sorte na vida

  • Imensidão

    Às vezes a distância ajuda
    E essa tempestade um dia vai acabar

    Só quero te lembrar
    De quando a gente andava nas estrelas
    Nas horas lindas que passamos juntos
    A gente só queria amar e amar
    E hoje eu tenho certeza
    A nossa história não termina agora
    Porque essa tempestade um dia vai acabar

    Quando a chuva passar
    Quando o tempo abrir
    Abra a janela e veja, eu sou o Sol
    Eu sou céu e mar
    Eu sou seu e fim
    E o meu amor é imensidão

    Te amo a gente. E eu nunca vou tirar de mim o que você me deu com amor. Eu jurei e juro de novo. Nos pulso e no pescoço eu te guardo como um abraço eterno.

  • Você está certa. E talvez isso doa mais do que qualquer silêncio.

    Você está certa. Está certa em cada linha, em cada mágoa, em cada lembrança que você carregou sozinha enquanto eu me afogava nas minhas. Está certa em dizer que a decisão de seguir foi minha. Que a escolha de bloquear, silenciar e virar as costas partiu de mim. E mesmo que eu tentasse justificar, o fato é que eu fiz — e você sentiu.

    Eu falei muito sobre me sentir derrotado, desprezado, abandonado. Mas talvez tenha esquecido de olhar para os momentos em que você também se sentiu assim… por minha causa. Em que você pedia paciência e eu só ouvia a minha impaciência e minha ansiedade. O silêncio que hoje tanto reclamo, eu também te dei.

    Sim, você tem razão, eu escrevi ou falei palavras duras, levando para você um peso que também era meu. As vezes a gente solta palavras pesadas por descontrole emocional e por ter sentimentos muito fortes. Se o que você é pra mim não tivesse importância, talvez eu não sentisse esse furacão de emoções.

    Você errou, mas eu errei também, e errei mais. Me afastei, fugi, criei distância e me escondi atrás de palavras bonitas. Mas agora, não tem mais o que esconder. Porque depois da sua resposta, eu entendi: você não sente mais por mim o que um dia sentiu. E por mais que isso doa… eu preciso aceitar.

    Você não me deve mais explicações, nem presença, nem respostas. O que me resta agora é o silêncio que eu mesmo plantei. Não é mais justo te procurar, te ferir, ou tentar te culpar pelas feridas que só eu sou responsável.

    Você seguiu, e pela primeira vez, eu entendi que o que você sente hoje não é amor — é alívio. Alívio por ter saído de algo que te machucava, que te fazia chorar, que te deixava em dúvida.

    Vou tentar parar de lembrar o que já não existe mais. Posso parar de escrever esperando que você leia.

    Você não vai voltar. E eu não posso mais esperar.

    Agora você me mostrou isso com clareza.

    Me mostrou que não sou mais o motivo do teu sorriso. E que talvez eu tenha sido, sim, o motivo de muitas das suas lágrimas.

    Então essa é a última página dessa história. E se há alguma dignidade nisso tudo, é saber sair com a seguinte mensagem para você:

    Eu reconheço que você tentou, que amou, e que me suportou mais do que devia. E que, no fim, teve coragem de ir embora quando eu só sabia te machucar.

    Eu vou virar a página. Porque você merece paz.

    E agora, eu mereço aprender.

    Aprender que mesmo com o coração apertado, eu aceito. Aceito que você pense todos os dias, mas com essa mistura de saudade, raiva e choro. O amor sumiu das suas palavras. Aceito que, apesar de tudo, sua vida esteja mais tranquila sem a loucura que a gente vivia. Aprendi que aquilo não era justo com você. Amar não era para ser dor constante, nem caos diário. E se a paz chegou com a minha ausência, então talvez a minha maior prova de amor agora seja justamente essa: te deixar em paz. Te deixar ir.

    Obrigado por tudo que você foi.

    E me perdoa por tudo que eu não soube ser.

  • Enquanto o tempo não cura…

    Dizem por aí que o tempo resolve tudo. Que ele acalma, coloca as coisas no lugar, apaga a dor. Mas… e até lá? O que eu faço com tudo isso que ainda tá aqui dentro, me sufocando, me apertando o peito?

    Ficou uma bagunça depois que você foi embora. Ficou esse vazio. E essa mania de lembrar. Esses momentos que parecem não ter fim, onde tudo volta… tudo, menos você.

    As pessoas falam como se o tempo fosse um remédio. Mas ninguém tá no meu lugar quando eu lembro de você. Quando uma música toca e de repente meu mundo desaba de novo. Quando me pego esperando por algo que já nem existe mais.

    Tento seguir, juro que tento. Tento seguir igual você conseguiu. Mas paro nas lembranças que você deixou espalhadas por todo canto. Cada coisa me lembra você, cada olhada na janela do escritório, cada volta pra casa. Tudo ainda tá aqui, e cada passo pra frente parece um esforço enorme com os olhos ainda presos lá atrás.

    Falam tanto do “depois”, mas esquecem que tem um “durante”. E é aqui que eu tô. Nesse meio do caminho, tentando me encontrar, tentando respirar. Carregando tudo o que ficou em mim depois que você não ficou.

    Porque o tempo pode até curar, pode até resolver. Mas ele demora. E até que ele faça efeito, eu sigo assim… com o coração cheio do que a gente foi, tentando, dia após dia, me libertar do que ainda dói.

    Quietinho aqui eu sempre desejo boa noite onde quer que você esteja. Vai que um dia você me escuta antes de me esquecer de vez.

    Enquanto o tempo não cura, eu sigo aqui lembrando. E vou ser sincero, o tempo não vai curar. O tempo não cura o amor da vida!

  • “Como é se sentir um derrotado?”

    Sabe… estou olhando para o teto, no silêncio da madrugada, refazendo um filme para entender tudo que aconteceu até a gente se perder de vez. Como fui de ser “o abraço ansiolítico perfeito” até essa separação. De ser a “vontade maluca de estar perto”, para agora ser só mais um número bloqueado.

    Como é que eu cheguei nesse lugar?

    Eu me sinto um derrotado. Não tem palavra mais honesta do que essa. Derrotado por não fazer mais parte dos seus planos, dos seus sonhos. Por romantizar as suas ausências, por implorar – mesmo que em silêncio – para que você me enxergasse de novo, como no início.

    Fui o preferido. Você me dizia isso. Lembro de cada palavra, cada promessa, como se fossem eternas. E hoje… hoje sou só ausência. Um vazio. Uma lembrança que decidiu apagar. Um nome que você não quer mais ver. Como é que alguém passa de tudo para nada assim?

    O erro estava em mim. Fui pouco, invadi o seu espaço. Me culpo. Me analiso. Me destruo tentando entender como eu sou desprezível.

    Será que fui tão ruim assim? Fui.

    O destino… ah, o destino foi cruel comigo. O destino me cobra cada centavo. Ele me entregou o amor da minha vida, ele me deu a oportunidade de conhecer a pessoa mais maravilhosa e especial, mas o destino me cobrou como uma maldição. Me mostrou o paraíso por alguns anos, só pra depois me abandonar no inferno da ausência.

    E o mais triste… é que mesmo com tudo isso, eu ainda sinto sua falta. Ainda penso em você. Ainda tenho vontade de escrever aqui. Me faz bem colocar meus pensamentos em palavras. Um dia imprimo tudo isso e publico um livro. Deixar um legado desse amor.

    Até quando o destino vai me cobrar por ter sido esse homem ruim, mal, que magoou tanto a melhor pessoa do mundo. Você me bloqueou não só nas redes, mas na vida. No coração. No afeto. No futuro.

    Derrotado.

    E sozinho, perguntando ao mundo, com um nó na garganta e uma dor que parece não passar: “Por quê? Por que o destino foi tão cruel comigo? Fui tão mal assim? Mereci tudo isso?”

    A resposta: Sim! Eu Mereci e mereço. Sofro e me afundo. Sinto o gosto amargo de ser desprezado. Um dia fui o “amor da vida” de alguém e hoje esse alguém abraça, beija e cuida de outro.

    Como você já se declarava para ele com a música “…meu bebê. Eu te amo, te zelo, te cuido e te quero. E pra sempre vai ser meu bem querer Meu bem querer.”

    Ele tem a sorte de ter a sua presença diária, ele ter a sorte de te ver, ele tem a sorte de te ouvir, algo que nem no dia mais importante e especial para mim eu pude ter. É mais uma punição do destino.

    É mais uma conta que o destino me cobra. Mais uma conta, somada a tantas outras.

    Destino, por favor, quando você vai parar de me cobrar? Quando eu vou parar de me sentir tão derrotado? Só quero quitar essa dívida. Não tenho mais forças. Devo ter sido uma pessoa muito ruim.

  • Far Behind

    Gostei de interpretar músicas. Resolvi escutar com atenção Far Behind de Nils Hoffmann.

    Já tinha uma conexão especial com essa música mas, depois de escutar atentamente, parece que ela foi escrita pra mim. Pra gente, na verdade. Parece que cada verso descreve exatamente como ficou tudo depois que decidimos nos afastar.

    Você está em algum outro lugar agora. Longe. E não só fisicamente. Longe de mim, da intimidade que a gente criou. “Somewhere else, far behind” — essa frase é um lembrete constante de que você seguiu em frente.

    Você virou uma lembrança no meu pensamento. Ainda está aqui, de algum jeito.

    Tem dias que eu simplesmente não quero sentir nada. A música diz: “I don’t want to feel right now”, e é exatamente isso. Porque sentir dói. Lembrar dói. Amar você, mesmo sem te ter mais por perto, dói ainda mais. E mesmo assim eu não consigo te esquecer.

    E agora eu fico aqui, com essa sensação de estar girando sem rumo, como diz a letra da música — “Spinning out of control.” Porque era você quem me dava equilíbrio. Era você que fazia tudo ter sentido. Sem você, eu fico tentando dar nome às coisas, mas só encontro silêncio.

    Talvez você esteja mesmo em algum lugar melhor. Talvez tenha encontrado paz, escolheu outra pessoa. Talvez nem pense mais em mim. E tudo bem… quer dizer, não está tudo bem, mas eu aceito. Aceito porque te amar também era isso.

    Mas, se um dia você ouvir essa música novamente e lembrar de mim… saiba que eu nunca deixei de lembrar de você. Porque você pode estar somewhere else, far behind, mas em mim, você ainda está muito presente.

  • Talvez eu só te esqueça aos oitenta anos

    Hoje, escutei no rádio uma música do Sorriso Maroto chamada 80 Anos. E teve uma parte que me chamou atenção, como se o universo (aquele mesmo universo que parece me punir todo dia) tivesse finalmente decidido falar comigo. Falar da gente.

    “Talvez você me esqueça amanhã, beijando

    Talvez eu só te esqueça aos oitenta anos

    Talvez a gente volte daqui uma semana

    Ou a gente foi escola um pro outro

    Pra aprender como se ama”

    E eu não consegui segurar a saudade. Nem as lágrimas.

    Essa música me fez pensar. Talvez, como diz a música, a gente tenha sido escola um pro outro. Eu aprendi a amar com você. Aprendi a cuidar, a me entregar, a esperar… Você sabe que sempre aprendi com você. E acreditei que existe uma forma única de amar. Existe sim o abraço perfeito e o encaixe mágico.

    E, mesmo agora, com a gente seguindo caminhos diferentes, isso ninguém me tira. Você foi o meu maior aprendizado. E o mais bonito também.

    Tem sido difícil. Muito. Difícil lidar com a ausência. Difícil lembrar que não fui a sua escolha final. Difícil lembrar de todas as promessas e pactos e ter que lidar com o silêncio. Lembrar das ligações, dos “bom dias” e “boa noites” que sumiram. Me pergunto se, por acaso, você também pensa em mim.

    Será que tudo aquilo que a gente prometeu um ao outro ainda vale de algum jeito? Um dia você era a minha notificação preferida. Hoje, estamos 100% bloqueados. Como pode tanto amor virar silêncio?

    E aí a música seguiu.

    “É difícil ter que entender

    Dói demais, é melhor assim

    Às vezes, deixar ir embora

    É um começo e não um fim”

    Talvez essa seja a parte mais cruel: entender que deixar ir também pode ser um ato de amor. Soltar a mão de quem a gente ama não é desistir. É respeitar o tempo, os caminhos, a vida. É aceitar que nem tudo que é bonito dura pra sempre, mas que ainda assim valeu a pena. Mesmo doendo, talvez seja melhor assim.

    Mas, se eu tiver mesmo que te esquecer, que seja aos oitenta anos (ou nunca… foi só para criar uma conexão com a música). É melhor te esquecer só quando a vida já tiver me tirado tudo. Que você siga sendo aquela lembrança bonita, que me faz acreditar que o amor existe, mesmo quando ele não fica.

    Porque a verdade é que você é o meu único amor. Esse sentimento, essa nossa história… mudaram a minha personalidade. Me transformaram. Me fizeram diferente, mais humano, mais sensível. Eu sou outra pessoa depois de te amar. E isso ninguém nunca vai apagar.

    E se, por acaso, você já me esqueceu, tudo bem. Eu guardo a gente por nós dois.

    Sempre. A gente.

  • Baseado no tamanho do meu amor por você, criaram o infinito.

    Baseado no tamanho do meu amor por você, criaram o infinito.

    Porque nada no mundo conseguia mensurar o que eu sentia. É mais intenso que qualquer explicação. É aquele tipo de amor que não nasce todos os dias, que não se encontra por aí como quem encontra sorte ao acaso.

    É raro. Verdadeiro. E, acima de tudo, puro.

    Mas o destino, irônico e cruel, decidiu mudar tudo isso. O destino resolveu me punir.

    Justo no momento em que eu mais esperei por você, no instante em que bastava uma ligação — você não apareceu.

    Quando alguém representa o infinito para o outro, esse alguém deveria permanecer. Mas você não apareceu no dia mais importante para mim. E assim, o meu infinito se reduziu a nada.

    Naquele dia em que meus olhos te procuraram e não te encontraram, algo dentro de mim se desfez. Como se uma parte da minha alma tivesse se partido em silêncio. Minha fé, minhas esperanças, meus planos… tudo ruiu.

    Eu não te culpo por estar amando outra pessoa. O amor, afinal, não é promessa nem obrigação. Ele simplesmente acontece… ou não.

    Dizem que o amor verdadeiro é aquele que deseja a felicidade do outro, mesmo que ela não esteja ao nosso lado. Mas a verdade é que dói.

    Dói como só dói quem ama de verdade.

    Talvez um dia você entenda. E, se nunca entender, tudo bem.

    Porque mesmo ferido, mesmo ignorado, mesmo esquecido — o que eu senti foi real. E isso… ninguém me tira.

    Agora, sigo tentando me reconstruir.

    Não do fim de uma história, mas da ausência de um recomeço.

    Aprendendo a existir sem a sua presença, sem as suas palavras, sem o seu abraço e sem o seu encaixe.

    Tentando aceitar, dia após dia, que nem todo amor encontra retorno — e que, às vezes, o infinito é apenas um lugar solitário demais para se amar sozinho.

  • Não guarde amor pro futuro, porque o futuro, às vezes, não dá notícias

    Não deixa pra depois.

    A gente tem esse costume bobo de acreditar que as pessoas vão estar sempre por perto. Que amanhã a gente vai ter tempo, coragem, oportunidade. Que aquela mensagem pode esperar, aquele abraço pode ser dado outro dia, aquela ligação pode ser feita mais tarde. Mas a verdade é que a vida é silenciosa quando muda. E, quando muda, não avisa. Só muda. E leva com ela tudo aquilo que a gente achava que ainda tinha tempo de fazer. Leva embora o que a gente acreditava que era o “pra sempre”.

    Eu perdi o contato com alguém muito especial. Hoje ela respira em algum lugar por aí, mas não respira mais perto de mim. Ela sente o vento, vê o sol nascer, vive seus dias… só não vive mais ao meu lado. As palavras que não foram ditas. Os gestos que ficaram guardados. A saudade que cresceu quieta, até virar ausência.

    Tem gente que vai embora mesmo ficando. Vai embora dos seus dias, das suas rotinas, dos seus pequenos mundos. E, mesmo estando viva, parece tão longe quanto alguém que se foi pra sempre.

    Por isso, se você ama, mostra. Não deixa o orgulho virar silêncio. Não transforma o carinho em peso. Fala logo. Manda mensagem. Encosta. Demonstra. Porque o que você não diz, vira aperto no peito. O que você não faz, machuca depois, e por muito tempo.

    Se você sente saudade, não disfarça. Vai atrás. Manda um “lembrei de você”, um “tô com saudade”, um “senti sua falta hoje”.

    A gente vive como se o tempo fosse infinito, como se as conexões verdadeiras pudessem ser pausadas e retomadas a qualquer momento. Mas não é bem assim. O tempo leva pessoas inteiras.

    Tem coisas que não dá pra deixar pra amanhã. Porque o amanhã nem sempre chega. E quando chega, às vezes já é tarde demais.

    Eu deixei, desperdicei momentos e hoje… tudo o que me resta são lembranças.

    Lembranças do que fomos, do que quase fomos, do que poderíamos ter sido. Eu tive chances. Tantas. E tratei como se fossem eternas. Acreditava, no fundo, que sempre haveria um depois. Um tempo melhor. Um momento certo.

    Mas o momento certo era aquele. E passou.

    Hoje, me pego tentando reviver cenas na memória, como se isso pudesse trazer ela de volta.

    Ela está por aí. E eu fico aqui, preso nas pausas que eu mesmo criei, nas palavras que calei, nos gestos que adiei. A gente nunca acha que vai perder alguém que ama sem um adeus, mas acontece. E o que sobra é o vazio das coisas que ficaram para depois.

    Hoje eu entendo que afeto não se guarda. Amor não se economiza. Presença não se adia. Porque tem gente que sai da sua vida e leva uma parte sua junto.

    Eu diria com todas as letras o quanto a presença dela fazia meu mundo mais especial. Mas hoje… hoje só resta o silêncio. E nele, carrego tudo aquilo que deveria ter sido dito.

  • O processo de cura é estranho

    Basta uma paisagem, uma música, uma frase solta no meio do dia…basta uma lembrança, basta olhar para o meu pulso. E tudo volta.

    De repente, aquela lembrança volta como se tivesse acabado de acontecer.

    É isso que ninguém te avisa: a saudade vem e te desmonta como se nunca tivesse ido.

    O processo de cura é estranho. Não tem manual. Não tem linha reta.

    Tem dias que mal consegue levantar da cama sem sentir aquele nó no peito.

    Eu só penso em você. Tudo que acontece me lembra você.

    E não, isso não é fraqueza. Não é recaída.

    É o caminho de quem sentiu tudo de verdade. O amor deixou marcas. E algumas cicatrizes doem mesmo depois de fechadas.

    Mas sigo. Mesmo tropeçando na saudade, mesmo carregando no coração o que fomos, mesmo sabendo que talvez a gente nunca volte a ser. Sigo… porque seguir é a única coisa que ainda me move.

    Mesmo que alguns dias pareça impossível. Mesmo que em outros pareça que foi ontem.

  • Ainda te carrego no pulso

    Você é uma mulher viajada e sabe bem que em lugares turísticos, tiramos muitas fotos.
    E, às vezes, sem querer, pessoas aparecem ao fundo. Pequenas, desfocadas, quase invisíveis. Só percebemos quando damos zoom.
    Mas cada uma dessas pessoas carrega uma história. Uma vida.
    E talvez. quem sabe, até uma grande história de amor.
    Agora imagine uma situação: em alguma de suas milhões de viagens, alguém possa ter te fotografado por acaso?
    E aquela imagem, perdida em algum celular de um estranho, registra a sua existência sem saber o peso que ela tem.
    Parar para refletir o que vivemos. Eu sei que hoje nós nos bloqueamos de tudo. Redes, mensagens, ligações, até as lembranças tentamos calar. Mas o que a gente viveu não se desfaz com um clique. Não se apaga com distância.
    Tem histórias que continuam mesmo depois do fim.
    A nossa começou despretensiosa, num almoço que era pra ser só profissional.
    Mas, se eu soubesse tudo que estava por vir, teria contratado um editor, porque o que vivemos dava um livro. Um livro de paixão, loucura, encontros e desencontros, um livro de amor mútuo. E mesmo com todas as dores, eu viveria essa história toda de novo. Inteira. Sem tirar nada.
    Virou vício.
    Você me viciou no seu jeito, no seu abraço, no seu toque, no nosso encaixe cheio de significado.
    Eu nunca me senti tão amado por alguém.
    E esse alguém era você.
    Criamos o nosso universo. Onde podíamos ser quem realmente éramos. Onde nos permitimos sentir o que a vida real não deixava.
    Eu falhei.
    Não nego isso.
    Me perdi em mim mesmo. No medo e na insegurança. E você, exausta da instabilidade emocional que eu te causava, decidiu ir embora daqui. Foi quando você se mudou que o meu mundo desmoronou de vez.
    Vieram os minutos cronometrados para nos falarmos.
    As visitas raras, sempre com pressa, sempre com dor.
    E o pior de tudo: a vida que deixamos de viver.
    Fingimos normalidade, diante dos outros, enquanto por dentro víamos a nossa verdade escorrer pelos dedos.
    Isso nos partiu.
    Vieram a insegurança, o descontrole, o ciúme doentio.
    A gente escolheu o silêncio.
    Mas hoje é o seu dia.
    E por mais que não possa te abraçar, por mais que talvez você nunca leia isso, eu precisava escrever.
    Porque amor, quando é real, não morre. Ele apenas aprende a se calar.

    Ninguém ensina como deixar pra trás alguém que ainda faz parte da nossa vida por dentro. Algumas músicas mexem comigo, e certas lembranças ainda parecem recentes, como se você nunca tivesse ido embora.
    Olho para os meu pulsos e meu pescoço e vejo as alianças que carrego.
    Sim, a nossa.
    E cada vez que a vejo, revivo tudo.
    Cada ligação, cada mensagem, cada, “bom dia”, “boa noite”, “indo pra pista, bom voo, avisa quando chegar”
    Cada almoço, café ou pit stop.
    Cada lugar que virou nosso sem precisar de nome.
    Cada abraço que era o maior ansiolitico.
    Cada beijo que era encontro de alma.
    E, claro… Cada encaixe. Porque você e eu fomos feitos para isso: encaixar.
    A gente não deu certo — não por falta de amor, mas por excesso de tudo.
    De intensidade, de medo, de entrega, de caos.
    Mas que foi amor, foi.
    Feliz aniversário.
    Que a vida te abrace com a leveza que eu não soube te dar.
    Que você seja feliz. Que encontre paz. Que se sinta inteira.
    E que, se por acaso essas palavras te encontrarem, saiba:
    ainda existe aqui um coração que te lembra, que te sente, e que, apesar de tudo, te deseja o melhor — com amor, não com mágoa.
    De alguém que ainda te carrega no pulso, no peito, na alma…

    Um banofe para comemorar você!
    Te amo a gente
    “pode parar a direita atrás daquele carro alí”

  • Desapegar Não é Perder: É Voltar Pra Si

    Quantas vezes você já se pegou preso a algo que já não faz mais sentido? Pode ter sido uma lembrança, uma relação, uma imagem de felicidade que não era sua — mas mesmo assim, você segurava firme, como quem agarra uma corda machucando as próprias mãos, com medo de soltar.

    A verdade é que a gente aprende, cedo ou tarde, que esse apego é mais uma criação da nossa mente do que uma necessidade real. E que soltar não é cair. Às vezes, soltar é abrir espaço para que algo melhor — mais leve, mais verdadeiro — entre.

    No fundo, é o medo da solidão que nos faz permanecer onde já não há mais vida. Preferimos o conhecido, mesmo que nos doa, do que o silêncio de recomeçar.

    Você já olhou a vida de outras pessoas achando que a sua estava ficando para trás? A grama do vizinho parece sempre mais verde, mas o que você não vê são os filtros, os recortes, os bastidores da vida alheia. Enquanto isso, a sua história vai passando. E o medo de estar perdendo algo faz você deixar de viver o que está bem na sua frente: sua própria vida.

    Desapegar não é deixar de sentir. Não é fechar o coração. É o oposto disso. É permitir que ele se abra sem medo, que ele seja espaço — não prisão. É perceber que seu valor não está na presença ou na ausência de ninguém. Que sua felicidade não depende de um elogio, de um retorno, de uma companhia.

    No fim das contas, o que podemos controlar são nossas escolhas, nossas ações, a forma como enxergamos o mundo. E isso já é muito.

    É entender que você é inteiro. Que sua vida é um jardim que floresce mesmo quando ninguém está olhando. E que você não precisa implorar para que uma única flor cresça ali. Basta cuidar do solo, regar com carinho e confiar. A beleza vem. Sempre vem.

    Desapegar é abandonar a ilusão de que alguém é insubstituível. De que sem aquela pessoa, sem aquele sonho, sem aquela validação, você é menos. Não é. Você é completo agora. Aqui. Com tudo o que é, e com tudo o que ainda está florescendo em você.

    Sim, é um processo. Sim, exige coragem. Requer olhar para si mesmo com mais honestidade do que estamos acostumados. Mas é também um caminho de liberdade. Um convite à leveza. Um reencontro com aquilo que nunca faltou, mas que a gente, distraído, deixou de enxergar: a nossa própria força.

    A vida vai continuar te dando motivos para se apegar. Pessoas vão entrar e sair. Coisas vão dar certo ou não. Mas quanto mais você se conhece, mais você entende que o que importa mesmo é como você reage, o que você escolhe cultivar dentro de si.

    Não há manual. Não há fórmula. Mas há um ponto de partida: perceber que você já tem tudo o que precisa para viver com mais paz. Não porque tudo está resolvido, mas porque você está presente. Porque aprendeu a soltar o que machuca. A abrir mão do que não é mais. A caminhar mais leve.

    Desapegar é um ato de amor-próprio. É uma escolha diária de confiar no que se é. E quando você entende isso, o mundo muda. Porque, na verdade, quem muda é você.

  • A Arte de Viver com o que se Pode (ou Não) Mudar

    Às vezes, a vida simplesmente nos empurra para dentro de uma situação que não pedimos. Pode ser um trabalho que nos esgota, uma convivência difícil, um sonho adiado até uma perda ou frustração amorosa. Nessas horas, é natural bater aquela vontade de gritar, reclamar, pedir explicações ao universo. A gente quer entender por que as coisas não são como deveriam ser. E, quando percebe que não há resposta, o que resta?

    É aí que entra uma das lições mais difíceis — e talvez mais libertadoras — que alguém pode aprender: aceitar. Não uma aceitação passiva, de quem se conforma por preguiça ou medo. Mas uma aceitação ativa, corajosa, que reconhece os limites daquilo que se pode controlar. Porque brigar contra o imutável é como correr contra o vento — cansativo, frustrante, inútil.

    Aceitar, de verdade, é parar de reclamar. Não da boca pra fora, mas por dentro. É quando a situação já não te consome mais, não te envenena por dentro. Enquanto você volta pra casa e ainda despeja queixas, ainda não aceitou. Ainda está preso à raiva, ao ressentimento, à dor. E isso transborda. Transforma a vida num campo de batalha, a relação num ombro cansado, a vida num fardo.

    Mas aceitar também não é esquecer o próprio valor. Não é fazer de conta que está tudo bem quando não está. É olhar para o que está diante de você e dizer: “É isso. Não é o que eu queria, mas é o que tenho agora. Então, o que eu posso fazer com isso?”

    Talvez, no meio da confusão, dê pra enxergar algum pequeno alívio. Um motivo pra agradecer. Mesmo que seja só o fato de ainda ter forças pra seguir. Um trabalho ruim ainda pode pagar as contas. Uma fase difícil ainda pode ensinar algo. Às vezes, a bênção vem disfarçada — e é preciso paciência pra reconhecê-la.

    Mas nem tudo precisa ser aceito. Algumas coisas pedem mudança. E mudar exige coragem. Porque dá medo sair do lugar conhecido, mesmo quando ele machuca. Dá medo tentar algo novo e fracassar. Mas, se existe uma chance de fazer diferente, a vida pede que você vá. Que se mova, que arrisque, que lute por algo melhor.

    O desafio é saber a diferença: o que merece ser mudado e o que precisa ser aceito? Essa resposta não vem fácil. É preciso escutar, observar, sentir. E às vezes errar. Mas essa sabedoria é o que traz leveza. Porque viver não é controlar tudo — é saber onde colocar sua energia.

    E tem uma coisa que nunca ajuda: reclamar por reclamar. Ficar repetindo, dia após dia, tudo o que está errado, como se isso fosse resolver alguma coisa. Não resolve. Só te prende mais. Só traz de volta o que já deveria estar ficando pra trás. Reclamando, a gente revira a própria dor, espalha ela por dentro e por fora, e ainda afasta quem poderia estar por perto.

    Claro que todo mundo precisa falar de vez em quando. Desabafar, pedir apoio, contar como está se sentindo. Mas até isso precisa de cuidado. Porque se transformar em vítima da própria história é uma armadilha. Aos poucos, a pessoa vira aquilo que reclama. E o problema, que era um ponto na estrada, vira identidade.

    Não dá pra deixar que um momento ruim defina quem você é. Você não é o fracasso, o emprego ruim, a relação difícil. Você é alguém passando por isso — mas não precisa ser isso. O sofrimento não precisa ocupar todos os espaços.

    Então, sim, fale, chore, peça ajuda. Mas depois, respire. Escolha. Entre aceitar e agir, entre reclamar e seguir em frente. A vida não se resolve com mágica, mas com clareza. E clareza começa quando você para e se pergunta, com sinceridade: o que posso mudar? E o que preciso, finalmente, deixar ir?

  • O Que Nos Leva ao Vício — Gabor Maté

    Existe uma dor que muitos carregam em silêncio. Uma dor que não aparece nos exames, que não sangra nem deixa marcas visíveis, mas que grita por dentro. E, para escapar desse sofrimento, muita gente acaba encontrando uma saída, ou melhor, uma fuga. Às vezes em drogas. Outras vezes em compras, em trabalho excessivo, no consumo desenfreado, em poder. A forma muda, mas a busca é a mesma: parar de sentir.

    Pessoas que enfrentam o vício não são fracas. São, muitas vezes, sobreviventes. Sobreviventes de uma vida que lhes arrancou tudo: infância, segurança, confiança, paz. São pessoas que um dia foram feridas, de formas tão profundas que o presente se tornou insuportável. E, quando a vida dói demais, qualquer alívio, mesmo que breve, se transforma em salvação.

    Por fora, elas perdem tudo. A saúde, os amigos, o trabalho, a esperança. E ainda assim continuam presas àquilo que está destruindo suas vidas. Porque o vício não é falta de força de vontade, o vício é a tentativa desesperada de encontrar alguma paz. E, nesse contexto, a pergunta mais importante não é “por que o vício?”, mas “por que tanta dor?”

    Essa dor não surge do nada. Ela vem da história que cada um carrega. Histórias de abandono, de abusos, de violência, de solidão. Histórias de gente que cresceu sendo ferida quando mais precisava de amor. Gente que aprendeu cedo que o mundo é um lugar perigoso, e que confiar machuca. Quando tudo o que deveria acolher fere, é natural querer escapar. O vício se torna um alívio. E é por isso que tantas pessoas se entregam a ele, não por prazer, mas por necessidade.

    Mas o vício não escolhe só quem passou por traumas. Ele se esconde em lugares respeitáveis, com roupas elegantes e rotinas ocupadas. Pode estar naquele que trabalha tanto que esquece a própria família. Ou naquela que consome compulsivamente, comprando coisas que nunca vai usar, apenas para preencher um vazio. Pode estar em quem persegue o sucesso sem parar, sempre buscando mais reconhecimento, mais controle, mais poder.

    O vazio é o mesmo, muda só a forma de preenchê-lo.

    E esse buraco nasce da mesma raiz: a insegurança, o sentimento de não pertencer, de ser pequeno demais num mundo que exige grandeza.

    Temos que entender que a verdadeira força não está fora, mas dentro.

    E talvez essa seja a lição mais importante de todas: o que buscamos fora — alívio, força, segurança, valor — só pode ser encontrado dentro.

    A mudança verdadeira começa quando cada um de nós encontra sua própria luz. Quando deixamos de fugir e decidimos olhar para dentro. Quando entendemos que não precisamos ser maiores — só mais inteiros. E que já temos, em nós mesmos, a força que procuramos em tantos lugares.

    A natureza humana não é egoísta, nem cruel, nem gananciosa — como tentam nos fazer acreditar. No fundo, somos feitos para a cooperação, para a generosidade, para o cuidado. Somos mais fortes quando estamos juntos. Quando partilhamos dores, histórias, ideias. Quando reconhecemos que todos temos fantasmas, mas também temos luz.

    E quando encontramos essa luz, somos mais gentis conosco. E também com os outros. E com o mundo.

    Se encontrarmos essa luz interior, seremos mais gentis conosco e também com o mundo ao nosso redor.

    A cura do vício e do sofrimento começa quando paramos de fugir de nós mesmos e reconhecemos que já temos, dentro de nós, o que estávamos buscando do lado de fora.

    fonte: The Power of Addiction and The Addiction of Power: Gabor Maté

  • E se a ansiedade não fosse um erro?

    A gente cresceu achando que sentir ansiedade era sinal de que algo estava errado. Que aquele aperto no peito, a mente acelerada, o medo do que vem pela frente eram sintomas de uma falha interna — algo que precisava ser consertado, apagado, vencido.

    Mas e se a ansiedade não for o problema?

    Essa é a proposta de David Rosmarin, psicólogo e professor da Harvard Medical School. Ele tem uma visão diferente — e muito mais humana — sobre esse tema tão comum (e tão mal compreendido). Segundo ele, a ansiedade não é um inimigo. É parte da vida. Parte de ser humano.

    Ao invés de lutar contra ela, que tal aprender a conviver com ela, a entender de onde vem e o que ela pode nos mostrar. Porque, por mais incômoda que seja, a ansiedade também pode ser útil. Ela pode nos fortalecer, aproximar a gente dos outros e até nos conectar com algo maior.

    Sim, é possível viver melhor com a ansiedade — mas o primeiro passo é parar de vê-la como um monstro.


    A ansiedade, na verdade, é uma reação natural do corpo. Quando algo nos preocupa, o cérebro aciona o famoso “modo de alerta”: o coração acelera, o corpo se prepara. É como um alarme interno que diz “atenção!”. E por mais que isso seja desconfortável, não significa que tem algo errado acontecendo. Significa que o nosso sistema está funcionando.

    O problema é como a gente interpreta isso. Em vez de entender como um sinal de funcionamento normal, tratamos como sinal de falha. Aí começamos a lutar contra a sensação, tentando controlar cada pensamento, evitar qualquer situação incerta, fugir de tudo que possa “disparar” esse alarme. E quanto mais lutamos, mais presos ficamos.

    A ansiedade só piora quando a gente tenta eliminá-la a todo custo. Mas se a gente aceita que ela faz parte da vida, pode aprender a usá-la de forma positiva.


    1. Usar a ansiedade para crescer

    Sentir desconforto é difícil, mas enfrentar o que nos assusta nos deixa mais fortes. Isso não significa se jogar no abismo, mas aos poucos, encarar pequenas situações que normalmente evitamos. Pode ser falar em público, iniciar uma conversa difícil ou até pensar em algo que nos preocupa por cinco minutos por dia.

    A ideia é treinar a mente para entender que sentir medo ou insegurança não é o fim do mundo. É só parte do caminho.

    2. Usar a ansiedade para se conectar com os outros

    Falar sobre nossas ansiedades com alguém de confiança cria laços verdadeiros. Quando dizemos “tô me sentindo ansioso” em vez de “tá tudo bem”, abrimos espaço para conexões reais. Mostrar o que sentimos — mesmo que seja difícil — nos aproxima das pessoas.

    Ao longo da vida, o que mais contribui para o bem-estar não são conquistas ou dinheiro, mas a qualidade dos nossos relacionamentos. E esses relacionamentos nascem da autenticidade.

    3. Usar a ansiedade para cultivar humildade e espiritualidade

    A ansiedade aparece, muitas vezes, quando percebemos que não temos controle sobre tudo. E está tudo bem não ter. A vida é cheia de incertezas, e tentar controlar cada detalhe só nos desgasta.

    Reconhecer nossos limites, aceitar que não sabemos tudo, que não podemos prever o futuro, pode nos trazer paz. Pode nos lembrar de que somos parte de algo maior. Essa consciência — esse soltar o controle — é uma forma de espiritualidade.


    A ansiedade não vai desaparecer da nossa vida e isso nem seria bom. Ela faz parte do que somos. Mas podemos mudar a forma como nos relacionamos com ela.

    Em vez de lutar contra, aprender a caminhar junto. Em vez de sufocar, escutar. E quem sabe, no meio do desconforto, encontrar força, conexão e até um pouco de beleza.

    fonte: Thriving with Anxiety With Dr. David Rosmarin, PhD

  • Sensação de “Nó na Garganta” Causada pela Ansiedade

    Se você já sentiu aquela sensação incômoda de ter algo preso na garganta, como se fosse um nó que simplesmente não vai embora, você não está sozinho. Muitas pessoas que sofrem de ansiedade passam por isso. Pode parecer que a garganta vai fechar, que você não vai conseguir respirar ou engolir, e isso gera ainda mais preocupação. Você tenta beber água, limpar a garganta, vai ao médico, e nada parece ajudar.

    Essa sensação tem um nome técnico: “globus sensation” ou “globus hystericus”. Mas o nome importa menos do que saber o que realmente está acontecendo.

    Quando estamos ansiosos, nosso corpo entra em estado de alerta, como um alarme de segurança super sensível. Tudo fica amplificado — inclusive as sensações na garganta.

    Esse é o famoso “nó na garganta”.

    Essa sensação não quer dizer que sua garganta vai fechar ou que você vai parar de respirar. Ela não é sinal de doença — é só o jeito do seu corpo avisar que você está em alerta, com o emocional sobrecarregado.

    Pense no seu corpo como um sistema super sensível. Quando você está ansioso, tudo dentro de você fica mais “ligado”. Músculos que normalmente funcionam sem você perceber — como os da garganta — ficam tensos. E aí, essa tensão vira essa sensação chata, como se tivesse alguma coisa te incomodando ali.

    É como ter uma pedrinha no sapato: não machuca de verdade, mas incomoda o tempo todo. E quanto mais você presta atenção nela, mais difícil é de ignorar. O “nó na garganta” funciona do mesmo jeito. Quanto mais a gente pensa nele, mais ele parece crescer.

    O mais importante é não brigar com a sensação. Tentar forçar ela a sumir só faz ela durar mais. O segredo é aceitar que ela está ali, respirar com calma e lembrar que vai passar.

    Às vezes, não sabemos ao certo o que estamos sentindo.
    A vida corre, os dias passam, e de repente o corpo começa a nos mostrar o que a mente ainda não conseguiu colocar em palavras.

    Um nó na garganta. Um aperto no peito.
    Sensações físicas que surgem do nada — ou assim parece.

    Mas será mesmo “do nada”?

    O nó na garganta costuma aparecer quando algo quer ser dito… mas é engolido.
    Quando seguramos o choro. Quando tentamos ser fortes o tempo todo, mesmo quando algo dentro de nós pede colo, pausa, presença.

    Já o aperto no peito pode surgir como uma saudade. Um medo que ficou guardado. Uma emoção não acolhida.

    Às vezes, sentir dói. Mas não sentir também machuca.

    O nó na garganta pode amolecer quando você se permite chorar.
    O peito apertado pode se abrir quando você se permite sentir.

    Não precisa ter todas as respostas agora.